Crítica | Heels – Série sobre luta-livre tem nível alto de testosterona estilo ‘Sons of Anarchy’

Paulo Boaventura
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A luta-livre, também conhecida como wrestling, surgiu mais ou menos na década de 1950 e rapidamente caiu no gosto do público por misturar diferentes técnicas de artes marciais e lutas. Então, veio a versão dramatizada e teatralizada da luta, que passou a ser conhecida como luta de entretenimento – que nos Estados Unidos se organizou como a WWE, World Wrestling Enterteinment. Foi quando o esporte se popularizou de vez, principalmente na América do Norte, e até hoje faz sucesso. Focada nesse público, estreia essa semana na Starzplay a sérieHeels’.

Jack (Stephen Amell) e Ace Spade (Alexander Ludwig) são irmãos e, juntos, lutam na DWL, a liga de wrestling da pequena cidade de Duffy. Desde que o pai deles se suicidou, Jack tenta levar o negócio adiante, responsável não só pela gerência quanto pela roteirização das lutas. E ele se contenta em interpretar o papel do vilão, afinal, é tudo teatro, e no fundo ele sabe que é um bom pai de família. Porém, quando a fama começa a subir na cabeça de Ace e ele ameaça deixar a DWL, Jack começa a se questionar qual a importância desse esporte na sua vida, uma vez que dedica todo o seu tempo à empresa e mal consegue pagar as contas.

Não é nenhuma surpresa dizer que ‘Heels’ é uma série totalmente focada no universo masculino, afinal, os homens dominaram a cena da luta-livre por décadas. Tal como outra série do gênero, ‘Sons of Anarchy’ (focada nos motoqueiros), ‘Heels’ mergulha na luta-livre mostrando o lado humano dos lutadores: seus bloqueios, ânsias, sonhos e inseguranças. Através da ficção, a criação de Michael Waldron mostra os homens por trás das máscaras e das fantasias, e a dedicação deles em entregar o melhor entretenimento para os fãs do esporte.

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Assim sendo, é de se esperar, sim, que a série de Peter Segal tenha uma pegada machista, patriarcal e que trate as mulheres como objetos, afinal, se assim não fizesse estaria faltando com a realidade. Apesar disso, ‘Heels’ encontra espaço para também desenvolver as personagens femininas, mostrando o impacto que a vida de lutador causa nas mulheres que fazem parte desse universo: as esposas, as mães, as fãs, as namoradas, as que sonham também em lutar. O fato de ter incluído também o olhar feminino nesse universo é um dos maiores ganhos da série.

Dividida em oito episódios de uma hora de duração cada, a primeira temporada de ‘Heels’ tem uma pegada muito, mas muito rock ‘n roll. A parte dramática dos personagens é envolvente, mas são as cenas de luta que conquistam a gente. O público imerge totalmente naquela fantasia teatral, com direto a música do Kiss e ‘Ace of Spades’ do Motörhead na entrada dos irmãos Spade no ringue e muita firula nas encenações dos golpes. O espectador realmente se sente assistindo a tudo aquilo ao vivo, conquistando empatia imediata pelo bonzinho e pelo malvadão desde o primeiro episódio.

Heels’ é uma série recheada de testosterona e músculos, arrebatadora e que faz você maratonar os oito episódios de uma vez só. Stephen Amell e Alexander Ludwig abrilhantam a produção com muita intensidade e encabeçam esta que tem tudo para se tornar a mais nova série queridinha do universo masculino.

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