Amazon Prime | 10 Filmes que Completam 10 Anos em 2021 e Você Precisa Conhecer

Paulo Boaventura
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O ritmo de produção de obras cinematográficas e televisivas é cada vez mais intenso e a quantidade de oferta neste sentido apenas aumenta. Assim, a tarefa de acompanhar tudo o que é feito na área se torna uma missão impossível até mesmo para o maior entusiasta ou cinéfilo mais dedicado. Isto é, a não ser que você não faça mais nada da vida além de ficar diante de uma tela. Invariavelmente, o que acontece é que sempre acabamos deixando passar um número significativo de filmes e séries por ano, naquela famosa máxima do “estou devendo essa”. Mas saiba que está tudo bem, e acontece com todo mundo. Quem diz ver ou conhecer tudo claramente é contador de histórias.

Pensando nos filmes que sempre deixamos voar fora do nosso radar, às vezes por anos a fio, resolvi criar esta nova matéria. Com o propósito de ajudar a colocar em dia aquela produção muito interessante, selecionamos 10 filmes que completam… olhem só, nada menos que 10 anos em 2021 (isso mesmo!), mas que não são muito comentadas atualmente, tanto pela geração mais nova ou pelos mais velhos que puderam conferir na estreia. Tal garimpo foi realizado numa das plataformas de streamings mais confiáveis e completas da atualidade, a Amazon Prime Video. Confira abaixo, anote, divirta-se e comente.

Começamos a lista com o que é em minha opinião o melhor filme desta seleção. Adicionado recentemente ao catálogo da Amazon, o longa foi indicado ao Oscar de melhor ator para Demián Bichir, mas nem isso foi o suficiente para sua estreia em nossos cinemas (na época já sendo lançado direto em vídeo). Uma história muito emotiva e que ganha contornos super atuais hoje em dia, pois discute a vida de imigrantes ilegais mexicanos vivendo em Los Angeles. Bichir interpreta o protagonista, um jardineiro lutando para dar uma vida digna para seu filho e evitar que caia nas tentações da vida do crime. Indispensável.

Seguimos com outra produção cult elogiadíssima. E se você é mais um que se desapontou completamente com o suspense Boneco de Neve, com Michael Fassbender, esta é a oportunidade de ver uma adaptação bem feita de um livro do mesmo autor: Jo Nesbo. Headhunters é um thriller gelado, repleto de reviravoltas e que usa como tema o mundo de criminosos. Na trama, um ladrão de arte se depara com um problemão quando rouba de quem não devia. Muito celebrado, o filme trouxe fama para o diretor norueguês Morten Tyldum – que seguiria para obras maiores como O Jogo da Imitação e Passageiros.

Aproveite para assistir:

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Em clima de O Esquadrão Suicida, nova superprodução de James Gunn, em vias de estrear no Brasil e grande parte do mundo, voltamos dez anos no tempo para o primeiro trabalho do diretor no gênero. Marcando seu debute ainda em 2010 em dois festivais de cinema, Super estreou oficialmente em 2011 nos EUA e em diversos outros países, no Brasil chegando de forma tímida nas TVs a cabo. Escrito e dirigido por Gunn (esse foi seu segundo longa no comando), a obra é uma subversão do gênero dos super-heróis com muito humor incorreto e violência de uma maneira que só o cineasta sabe fazer. Pense em Michael Douglas em Um Dia de Fúria (1993) usando um uniforme de quadrinhos para entender o protagonista aqui, vivido por Rainn Wilson.

Agora chegamos a um gênero que sabemos que vocês adoram: o terror. Pegando outro gancho atual, a série em animação Mestres do Universo: Salvando Eternia é o mais novo sucesso estrondoso da Netflix. A série lançou seus 5 primeiros episódios e em breve estreará o resto da primeira temporada. Por trás da produção está o nome do cineasta Kevin Smith, o rei do cinema indie dos anos 90. Nos últimos tempos, Smith tem se arriscado em filmes de terror, digamos, bizarros – e foi há 10 anos, em Seita Mortal, que ele deu seu primeiro passo no gênero. A história é uma grande crítica ao fanatismo religioso mostrando até onde as pessoas são capazes de ir em nome de uma fé cega. O saudoso Michael Parks rouba a cena como o líder da seita. O longa foi exibido no Festival do Rio, onde tive a chance de conferi-lo e depois foi direto para home vídeo por aqui.

Por falar no querido evento de cinema brasileiro, o Festival do Rio de dez anos atrás também abrigou em seu acervo esta produção australiana protagonizada pelo excelente e subestimado Willem Dafoe. Recém-saído do sucesso de O Farol e se preparando para estrear os novos filmes de Wes Anderson, Guillermo del Toro e Robert Eggers, Dafoe voltando uma década no tempo estrelava este thriller e veio ao Brasil promove-lo – onde tive a chance de vê-lo pessoalmente e assistir ao filme. O ator vive um caçador profissional contratado por uma empresa para encontrar um animal raríssimo em estado de extinção: o tigre da Tasmânia, com uma das maiores mandíbulas do reino animal. A história é baseada num livro de sucesso.

O mundo está muito polarizado, seja por ideais políticos ou sociais, as pessoas parecem simplesmente não se entender mais. E o fato começou a afetar até mesmo artistas e suas vidas profissionais. Foi o caso com a ex-lutadora transformada em atriz Gina Carano – que havia estrelado sua cota de filmes de ação (inclusive Velozes e Furiosos 6) e participava como parte do elenco fixo da superprodução de sucesso da TV, O Maldaloriano – parte do universo de Star Wars. Simpatizante de Trump, Carano vivia expondo suas opiniões radicais nas redes e terminou perdendo o emprego no programa. Voltando dez anos no tempo, ela caía na mira do diretor Steven Soderbergh para protagonizar seu primeiro filme. A Toda Prova é uma história de espionagem protagonizada por uma mulher, e fez uso do talento de Carano na luta e na ação para dispensar dublês e criar tudo de forma bem real. O elenco de apoio é um show à parte.

Por falar em filme de espionagem protagonizado por uma mulher, aqui temos um ainda mais sério e político – e ao contrário de A Toda Prova que é mais voltado para a ação, A Grande Mentira se concentra nos gêneros do suspense e drama. Hoje, Jessica Chastain é uma das maiores estrelas de Hollywood tendo duas indicações ao Oscar para provar e muitos sucessos de bilheteria na carreira. Mas há dez anos, Chastain era uma ilustre desconhecida. Isto é, até marcar seu nome em filmes como A Árvore da Vida e Histórias Cruzadas, ambos também lançados em 2011. Chastain vive uma de três agentes do Mossad (a CIA de Israel) precisando lidar com eventos de uma missão muitas décadas depois do ocorrido. O verdadeiro chamariz na época, no entanto, era a vencedora do Oscar Helen Mirren, vivendo a mesma personagem de Chastain no presente.

O Preço do Amanhã

Agora pulamos para uma ficção científica distribuída pela Fox que chegou a ser exibida nos cinemas brasileiros, embora por pouquíssimo tempo. Mesmo não tendo feito o sucesso planejado na época, a produção se tornou cult ao longo destes dez anos. De fato, este é um filme subestimado e tem uma ideia muito criativa para sua premissa. Resta saber se agora nas posses da Disney (que comprou a Fox), o estúdio irá tentar algo novo com a ideia – seria bom. Nesta nova realidade criada por Andrew Niccol (roteirista e diretor), o mesmo de Show de Truman (1998), o tempo se tornou uma moeda de troca. Os ricos tem muito e permanecem sempre jovens. Os pobres, podem ficar sem e morrer. Um conceito curioso, no mínimo, e uma metáfora intrigante. No elenco, quatro jovens talentosos: Justin Timberlake (Palmer), Amanda Seyfried (indicada ao Oscar por Mank), Cillian Murphy (Um Lugar Silencioso – Parte II) e Olivia Wilde (diretora do vindouro filme da Mulher-Aranha).

Outro lançamento direto em vídeo no Brasil, este longa até fez certo sucesso nos cinemas dos EUA quando foi lançado, adentrando o top 10 dos mais vistos na época. O tema é algo muito relacionável aos americanos e fala sobre as famosas reuniões de estudantes colegiais, no reencontro de 10 anos de formados. É aquele momento onde velhos amigos e antigos desafetos se reencontram para saber o que aconteceu com suas vidas uma década depois – se estão casados, divorciados, com filhos, se possuem bons empregos, etc. . Diversas produções já usaram a ideia como tema de suas histórias. Aqui, um verdadeiro desfile de jovens astros de Hollywood surge em tela. Quem protagoniza é Channing Tatum, que está meio sumido. Na época menos famosos, dez anos depois quem se destaca é Chris Pratt (ainda gordinho aqui) e Oscar Isaac.

Esse já está há bastante tempo como parte do acervo da filmoteca da Amazon, mas é daqueles filmes tão bons que vira e mexe temos que recomendar de novo para todos que ainda não conferiram, ou os que já viram assistir de novo. Este que vos fala viu pela primeira vez na época que chegou aos cinemas do país. Entre outras coisas o longa fez parte do movimento que ficou conhecido como “McConaissance”, a volta por cima na carreira de Matthew McConaughey – preso em comédias românticas sem muita profundidade por toda a década de 2000. Essa era a fase que o ator voltava às produções mais substanciais, o que culminou em grandes atuações e sua vitória no Oscar. Esse foi um dos primeiros passos rumo ao prêmio, e traz o ator novamente na pele de um advogado, ecoando sua revelação no igualmente maravilhoso Tempo de Matar (1996), também parte do acervo da plataforma. No entanto, aqui ele vive um advogado diferente, um malandro de porta de cadeia, que se mete numa situação complexa, colocando sua vida em risco. O filme é baseado numa série de livros com o mesmo personagem e se tivesse sido bem aceito, teria gerado novos casos. Uma pena.

Não deixe de assistir:

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